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Resenha Crítica
A Menina Que Roubava Livros - Markus Susak
Resenha feita por: Rayssa Souza
Olá
queridos leitores,
Eu
li A Menina Que Roubava Livros pela segunda vez, e foi como se o estivesse
lendo pela primeira. Afinal de contas “quando a morte conta uma história você
deve parar para ler”.
Este
livro foi publicado no Brasil em 2007 pela editora Intrínseca, escrito por
Markus Zusak.
A
Menina que Roubava Livros é um romance sobre uma menina pobre, vivendo sua
infância no meio da Alemanha nazista (antes e durante a 2º Guerra mundial). A
história é narrada pela Morte, mas o livro não tem nada de sobrenatural. E
assim o livro começa: com a morte se apresentando.
Ela
então se apresenta e fala sobre a humanidade. E começa a falar de uma menina
que chamou sua atenção. Ela se refere á menina como “A roubadora de livros” e
explica tudo sem uma linha de tempo definida, como se fosse uma pessoa de mais
idade, relatando uma época vivida.
Logo
no início da história, fica claro quem vai morrer e quando, antes mesmo da
história começar. Então a luta de uma pequena menina de quase 10 anos a caminho
de um lar adotivo com seu irmão tem início. Seguindo viagem com sua mãe de trem
e com a morte os observando. O trauma de mãe e filha segurando o menino mais
novo em seus braços é de comover. Mãe e filha param para enterrar o pequeno
corpo. Então é ali no chão do cemitério que a menina consegue seu primeiro
livro (que caiu do bolso de um coveiro) e se agarra a ele, mesmo sem saber ler,
simplesmente pelo fato da lembrança do seu falecido irmão – o que se torna mais
importante quando ela é entregue para ser criada por “estranhos”. A mãe adotiva,
a seu modo, é ranzinza e rigorosa, porém compreensiva e observadora. O pai
adotivo se mostra um herói cauteloso e amável.
Os
livros aparecem sempre como momentos de passagem, então Liesel Meminger passa a
considerá-los como seu tesouro e, ao mesmo tempo a emoção de roubar se
desperta.
A
Morte conta essas coisas de maneira natural, como uma professora de primário
descreve seu trabalho. As citações que a morte faz ao longo da história da
menina são emocionantes, mesmo que nem sempre alegres.
A
situação é comovente, relata as dificuldades de uma criança pobre que não
entende como as coisas são. Mesmo vivendo em um mundo cruel ela tenta fazer
parecer menos difícil. Mas a morte não é mórbida, tem sua suavidade e até seu
humor. Como nesse capítulo:
“Diário da Morte: 1942”,
“Foi um ano para ficar na história, como 79 ou
1346, para citar apenas alguns. Esqueça a foice, diabos, eu precisava era de
uma vassoura ou um rodo. Eu precisava de férias.”
É
difícil falar sobre Liesel. Ela é uma criança. Aprendeu a amar seus pais
adotivos. Rudy é o seu melhor amigo, como um desses namorinhos infantis. Ela é
pobre e sofre como qualquer criança que não tem quase nada, e vive com fome por
falta de comida, mas é guerreira e não se deixa abater.
Com
os livros que rouba ela aprende a ler com dificuldade e pouca ajuda. Mas a
dificuldade faz ela se aprofundar nos livros muito além das histórias.
Em
uma passagem em que diversos vizinhos se unem em um porão de alguém para se
proteger dos bombardeios, todos os personagens estão com muito medo, agarrados
aos seus bens mais preciosos enquanto o barulho das bombas faz as crianças
chorarem em desespero. Então Liesel começa a ler em voz alta. A poesia da
narrativa não tem descrição:
“Durante
pelo menos vinte minutos foi entregando a história. As crianças menores se
acalmaram com sua voz, enquanto todos os outros tinham visões do assobiador fugindo
da cena do crime. Não Liesel. A menina que roubava livros via apenas a mecânica
das palavras – seus corpos presos ao papel, achatados para lhe permitir
caminhar sobre eles.”
Este
livro me fez lembrar vagamente de outro, que li há algum tempo, O Diário de
Anne Frank, com a diferença que este não é um diário e sim um conto da Morte.
Recomendo
este livro para todas as pessoas que gostam de ler, é um livro que deve ser
lido com calma e cautela. Para crianças não creio que seja uma leitura
indicada. A História da 2º Guerra recontada pelo ponto de vista da Morte causa
reflexões sobre qualquer tipo de guerra.
O
melhor do livro é o fim, mesmo que seja previsível e quase premeditado...
Espero que gostem dele como eu gostei, é um livro para ter na cabeceira.
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