27 fevereiro 2014

Resenha de A Menina Que Roubava Livros - Confira!

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Resenha Crítica


A Menina Que Roubava Livros - Markus Susak

Resenha feita por: Rayssa Souza

Olá queridos leitores,
Eu li A Menina Que Roubava Livros pela segunda vez, e foi como se o estivesse lendo pela primeira. Afinal de contas “quando a morte conta uma história você deve parar para ler”.
Este livro foi publicado no Brasil em 2007 pela editora Intrínseca, escrito por Markus Zusak.
A Menina que Roubava Livros é um romance sobre uma menina pobre, vivendo sua infância no meio da Alemanha nazista (antes e durante a 2º Guerra mundial). A história é narrada pela Morte, mas o livro não tem nada de sobrenatural. E assim o livro começa: com a morte se apresentando.
Ela então se apresenta e fala sobre a humanidade. E começa a falar de uma menina que chamou sua atenção. Ela se refere á menina como “A roubadora de livros” e explica tudo sem uma linha de tempo definida, como se fosse uma pessoa de mais idade, relatando uma época vivida.
Logo no início da história, fica claro quem vai morrer e quando, antes mesmo da história começar. Então a luta de uma pequena menina de quase 10 anos a caminho de um lar adotivo com seu irmão tem início. Seguindo viagem com sua mãe de trem e com a morte os observando. O trauma de mãe e filha segurando o menino mais novo em seus braços é de comover. Mãe e filha param para enterrar o pequeno corpo. Então é ali no chão do cemitério que a menina consegue seu primeiro livro (que caiu do bolso de um coveiro) e se agarra a ele, mesmo sem saber ler, simplesmente pelo fato da lembrança do seu falecido irmão – o que se torna mais importante quando ela é entregue para ser criada por “estranhos”. A mãe adotiva, a seu modo, é ranzinza e rigorosa, porém compreensiva e observadora. O pai adotivo se mostra um herói cauteloso e amável.
Os livros aparecem sempre como momentos de passagem, então Liesel Meminger passa a considerá-los como seu tesouro e, ao mesmo tempo a emoção de roubar se desperta.
A Morte conta essas coisas de maneira natural, como uma professora de primário descreve seu trabalho. As citações que a morte faz ao longo da história da menina são emocionantes, mesmo que nem sempre alegres.
A situação é comovente, relata as dificuldades de uma criança pobre que não entende como as coisas são. Mesmo vivendo em um mundo cruel ela tenta fazer parecer menos difícil. Mas a morte não é mórbida, tem sua suavidade e até seu humor. Como nesse capítulo:
 “Diário da Morte: 1942”,
 “Foi um ano para ficar na história, como 79 ou 1346, para citar apenas alguns. Esqueça a foice, diabos, eu precisava era de uma vassoura ou um rodo. Eu precisava de férias.”
É difícil falar sobre Liesel. Ela é uma criança. Aprendeu a amar seus pais adotivos. Rudy é o seu melhor amigo, como um desses namorinhos infantis. Ela é pobre e sofre como qualquer criança que não tem quase nada, e vive com fome por falta de comida, mas é guerreira e não se deixa abater.
Com os livros que rouba ela aprende a ler com dificuldade e pouca ajuda. Mas a dificuldade faz ela se aprofundar nos livros muito além das histórias.
Em uma passagem em que diversos vizinhos se unem em um porão de alguém para se proteger dos bombardeios, todos os personagens estão com muito medo, agarrados aos seus bens mais preciosos enquanto o barulho das bombas faz as crianças chorarem em desespero. Então Liesel começa a ler em voz alta. A poesia da narrativa não tem descrição:
“Durante pelo menos vinte minutos foi entregando a história. As crianças menores se acalmaram com sua voz, enquanto todos os outros tinham visões do assobiador fugindo da cena do crime. Não Liesel. A menina que roubava livros via apenas a mecânica das palavras – seus corpos presos ao papel, achatados para lhe permitir caminhar sobre eles.”
Este livro me fez lembrar vagamente de outro, que li há algum tempo, O Diário de Anne Frank, com a diferença que este não é um diário e sim um conto da Morte.
Recomendo este livro para todas as pessoas que gostam de ler, é um livro que deve ser lido com calma e cautela. Para crianças não creio que seja uma leitura indicada. A História da 2º Guerra recontada pelo ponto de vista da Morte causa reflexões sobre qualquer tipo de guerra.
O melhor do livro é o fim, mesmo que seja previsível e quase premeditado... Espero que gostem dele como eu gostei, é um livro para ter na cabeceira.


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